segunda-feira, 12 de julho de 2010

Primo de Bruno dá versões diferentes à Polícia Civil e Ministério Público.

Primo do goleiro Bruno Fernandes de 17 anos de idade deu depoimentos diferentes para a Polícia Civil e o Ministério Público, segundo informações do "Jornal Nacional", da Rede Globo. O adolescente falou com membros da Promotoria da Infância e da Juventude na última quinta-feira (8), e seu relato apresentou diferenças significativas em comparação aos fatos narrados anteriormente.

Quando conversou com policiais, o menor de idade contou que, após atacar Eliza dentro de um carro dirigido por Macarrão, eles seguiram viagem diretamente para o sítio do jogador. Na segunda versão, eles foram primeiro para a casa do goleiro, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, onde ficaram por dois dias. Bruno não estava na casa, pois se preparava com o time do Flamengo para uma partida do Campeonato Brasileiro naquele final de semana.

No primeiro depoimento, Bruno só teve contato com Macarrão e Sérgio (que vigiava Eliza no sítio) por duas horas. No entanto, segundo as novas informações, Bruno já estava no sítio quando o grupo chegou e permaneceu lá por três dias.

A presença de Dayanne Souza, esposa do goleiro, também sofreu alterações entre os relatos. No primeiro depoimento, o adolescente só a viu no sítio após o crime, mas na segunda versão, ela já estava no local quando eles chegaram.

Apesar disso, o adolescente não confirmou a presença do casal no momento do assassinato de Eliza.

Entenda o caso
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho. O último contato conhecido dela foi com a advogada Anne Faraco, que acompanhava o reconhecimento da paternidade do filho de quatro meses que dizia ser de Bruno Fernandes, à época goleiro e capitão do Flamengo. Eliza avisou no telefonema que iria a Minas Gerais encontrar o jogador, pois ele havia concordado em fazer um exame de DNA.

Nos meses anteriores, a modelo tinha levado à imprensa do Rio de Janeiro a notícia de que estava grávida de Bruno. A criança teria sido concebida no primeiro encontro dos dois em um churrasco em maio de 2009, quando o atleta já era casado com Dayanne Souza.

Em outubro, Eliza denunciou ter recebido ameaças de Bruno, que pressionava para que abortasse a criança. A Justiça determinou que o atleta mantivesse, pelo menos, 300 metros de distância dela.

Quando o bebê nasceu, em fevereiro deste ano, a ex-amante passou a negociar as condições para que Bruno assumisse a paternidade. Ela batizou a criança com o mesmo nome do jogador. Um mês depois, ela foi ao Rio e enviou uma mensagem para sua advogada: "Estou no mesmo hotel que fiquei aquela vez, se acontecer algo, já sabe quem foi". O advogado do jogador rejeitou o acordo proposto por ela na ocasião.

Em 24 de junho, a Delegacia de Homicídios de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, onde ficava o sítio de Bruno, recebeu uma denúncia de que Eliza havia sido levada para o local, onde teria sido assassinada. Foi quando as polícias fluminense e mineira começaram as buscas por Eliza.

Dois dias depois, a mulher do jogador, Dayanne, foi autuada “por subtração de incapaz” por ter entregado filho de Eliza a uma amiga.

Na segunda-feira (28 de junho), a polícia de Minas Gerais fez as primeiras buscas no sítio do atleta. No dia seguinte, a perícia encontrou vestígios de sangue no carro de Bruno, retido por falta de licenciamento em uma blitz no dia 8 do mesmo mês. Mais tarde, um exame mostrou que se tratava do sangue de Eliza.

Bruno, sua esposa e Macarrão, além de mais cinco pessoas envolvidas no crime, tiveram sua prisão preventiva decretada após o encerramento do depoimento do adolescente, no dia 6 de julho.

O jogador e seu funcionário já foram indiciados pela polícia do Rio pelo sequestro ocorrido em junho deste ano e, pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ), por sequestro, cárcere privado e lesão corporal, por conta do incidente de 2009, onde teriam tentado forçar Eliza a abortar a criança que ela carregava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário