quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Planalto descumpre acordos e os congressistas aliados voltam ao trabalho em ritmo de ‘rebelião’


Terminado o recesso parlamentar, o Congresso encenará nesta quinta-feira uma pseudoretomada dos trabalhos. Deputados e senadores vão reabrir os gabinetes, bater ponto no plenário e voar de volta para os seus estados.

As fornalhas do Legislativo serão religadas de verdade apenas na semana que vem. Na terça-feira, que ninguém é de ferro. Junto com os parlamentares voltam à cena velhos problemas. É grande a irritação dos governistas com o Planalto.

Deve-se a animosidade ao descumprimento de um acordo. O ano de 2011 terminara com uma promessa do governo. Durante as férias, os ministérios empenhariam um lote de emendas penduradas no Orçamento da União pelos congressistas. Não empenharam.

Em português claro: para assegurar a fidelidade nas votações, o Planalto prometera liberar verbas. Os votos foram entregues. O dinheiro, não. Uma parte continua retida. Outro naco foi rateado à revelia dos acordos.

Num encontro reservado, líderes do PMDB e do PT despejaram a encrenca sobre a mesa da ministra Ideli Salvatti, coordenadora política de Dilma Rousseff e gestora do balcão. Cobrada, Ideli prometeu apagar o incêndio. Assegurou: vale o combinado.

Como assim? O que não saiu, disse ela, vai sair imediatamente. O que saiu em desacordo será objeto de complementaçõe$. As cobranças serão reiteradas em reunião-almoço de Ideli com os líderes, na terça-feira da próxima semana.

Dessa vez, participam lideranças de todos as legendas do consórcio, não apenas do PT e do PMDB. Quer dizer: Ideli será submetida a labaredas mais altas. Para pular a fogueira, a ministra dedica-se a cobrar dos secretários-executivos dos ministérios a restauração dos acordos.

Para complicar, parte dos acertos envolve a oposição. Em dezembro, o PSDB concordara em levantar uma obstrução à votação do Orçamento de 2012 mediante o compromisso de empenho de um pedaço das emendas de sua tropa. Ideli topou. E nada.

O deputado Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB federal, recordou o compromisso em conversa com o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). Convidada a refrescar a memória, Ideli repetiu: o combinado vale para governistas e oposicionistas.

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